segunda-feira, 25 de junho de 2012

Direito de ir e vir

Não acho errado as pessoas quererem crescer na vida e acharem que, para isso, devem sair da cidade pequena, seguir de mudança pra uma grande capital e dali partirem pra outro país, sempre buscando mais. Algumas profissões exigem isso, algumas questões pessoais também e, às vezes, só a vontade cumpre este mesmo efeito. Esse é um modo de ver a vida. É legal, é digno, é bonito. Mas é só um modo, só mais um, e não o melhor.

O que me incomoda é o modo como algumas dessas pessoas julgam quem não pensa dessa forma. Decidir ficar não se trata de pensar pequeno, de ser bairrista, limitado e acomodado. Ficar, muitas vezes, é uma forma de manifestar o amor, de desfrutar o que o lugar sempre te deu de braços abertos, de tentar mudar o que anda errado há tempos e nenhum dos que foram embora tiveram coragem de fazer. Isso mesmo, ficar também é um ato de coragem, de fortaleza, de autoconhecimento.

Se cada lugar que você visita de passagem te trás algo novo, te torna mais uma vez e uma vez mais uma nova pessoa, então você pode voltar pra casa sossegado, pra se deliciar com as belezas do seu lugar e lutar, dia a dia, pra mudar as feiuras. Assim, quando o visitante lá estiver de passagem, vai voltar maravilhado da mesma forma que você o fez em outros lugares.

O crescimento que realmente importa está dentro de cada um. Nenhuma cidade, nenhum país vai fazer isso por você. Então faça sua escolha, de ir ou ficar, na certeza de que ela é a melhor PARA VOCÊ e não pra todos.