Eu estou quase na beira, só olhando. Todo precipício carrega sua beleza e seus medos. Ele me instiga a curiosidade, mas me causa arrepios. Como eu queria saber como é lá embaixo! Será tão bonito quanto parece daqui de cima? Vou dar só mais um passo à frente, me aproximar o máximo sem correr o risco de cair e me machucar. Um passo. Mas agora já dá pra ver mais coisas, as belas e as assustadoras e é como se eu não conseguisse me segurar. Eu quero cair, quero ver o resto e me aprofundar. Adrenalina. Angústia. Tudo isso sou eu, agora. Subo nas pontas dos pés, me desequilibro e penso: é hora de se jogar. Eu já sei que pra sentir tudo que quero sentir, tenho que arcar com as conseqüências do final. Voar vai ser bom, mas cair é inevitável.
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